A linguagem jurídica envergonhada

“A liturgia de cargos, como o do Presidente da República, como o do Diretor-Geral da Polícia Federal, são importantíssimos frente à própria sociedade, porque eles são agentes públicos, eles são agente políticos, notadamente num momento como este, aonde o Presidente da República é investigado a partir da própria Polícia Federal, e a presença do Diretor-Geral da Polícia Federal numa audiência reservada com o Presidente da República traz para a sociedade uma ideia que certamente não é a que nós todos gostaríamos de ter, de independência, de transparência, de isenção. Isso não é bom, notadamente, para as instituições.”

 

O texto acima foi ouvido hoje à noite na edição do Jornal Nacional, de Rede Globo. Era a fala do Presidente da OAB, criticando uma ação do principal nome do governo brasileiro.

Embora com muitas repetições, erro grave, mas aceitável na língua falada, traz três imperfeições marcantes.      

1)      “A liturgia de cargos, como o do Presidente da República, como o do Diretor-Geral da Polícia Federal, (são importantíssimos) é importantíssima...”

2)      “...porque (eles) esses são agentes públicos...”

3)      “...num momento como este, (aonde) quando (ou em que) o Presidente da República é investigado...”

Saudade do tempo em que todos os grandes advogados eram brilhantes oradores! Como apanha a língua portuguesa!