É uma diferença facilmente observada nas orações adjetivas, que podem ser restritivas e explicativas.
Tal diferença já está clara no exemplo acima. Como só existem esses dois tipos de orações adjetivas, colocou-se, nele, uma vírgula antes do “que” (pronome relativo) para indicar que o que vem depois é uma explicação. Outra forma de marcar a explicação é o uso de parênteses, o que se pode ver duas linhas acima (só há um “que”, e ele é “pronome relativo”).
É bom recordar a diferença entre orações adjetivas restritivas e explicativas:
1. Minha filha que tem 12 anos é meio desligada. (a oração em itálico indica restrição – trata-se de apenas uma das minhas filhas, aquela que tem 12 anos)
2. Minha filha, que tem 12 anos, é meio desligada. (a oração em itálico indica explicação – trata-se de minha única filha, e ela, aliás, tem 12 anos)
Veja outros casos em que ocorre a explicação, diferenciando-os de restrições
3. José de Alencar, autor do livro citado, foi um escritor moderno para sua época. (é bem claro que se está fazendo referência ao escritor romântico nascido no Ceará; ele é o único “José de Alencar” possível no entendimento do autor da frase; esse, no entanto, resolve acrescentar algo sobre ele, que se trata do “autor do livro citado”)
4. O homem, que é um ser mortal, tem a alma imortal. (agora, temos uma referência ao “homem” como ser humano em geral e, apesar do uso do singular como plural – metonímia clássica –, explicamos (daí estar entre vírgulas) que “todos os homens são seres mortais”, mas “têm a alma imortal”)
5. O presidente dos EUA, Donald Trump, é uma figura bem negativa. (o remetente espera que o receptor saiba quem é “o presidente do EUA”; no entanto, resolve indicar seu nome, o que não é uma informação nova para identificar o ser de quem se fala; por isso, o nome “Donald Trump” vem colocado entre vírgulas)
Observação:
Veja que, no exemplo seguinte, a situação é bem diferente, o que impede o uso das vírgulas separando o nome “Fernando Henrique Cardoso”. Afinal, temos vários ex-presidentes que poderiam estar fazendo a tal palestra: Sarney, Collor, Lula e até Dilma.
6. O ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso realizou uma palestra, na semana passada, no Rio de Janeiro.
Assim, não se trata de uma explicação, mas, sim, de uma restrição.