Fantasmas da Análise sintática 39) A leitura é precisa ou há ambiguidade?
Professor, há ambiguidade na frase abaixo?
O senador está sendo ingrato, pois o DEM não apenas ajudou a elegê-lo como também a governadora do estado.
Há sim. Existem duas leituras possíveis:
a) primeira leitura: o DEM ajudou a eleger o senador, e a governadora do estado também ajudou a elegê-lo;
b) segunda leitura: o DEM ajudou a eleger o senador e, também, ajudou a eleger a governadora do estado.
É um claro exemplo de texto mal redigido por desconhecimento de normas sintáticas.
Como o senador e a governadora foram eleitos com a ajuda do DEM, para que não houvesse ambiguidade, o certo seria escrever assim:
“O senador está sendo ingrato, pois o DEM não apenas ajudou a elegê-lo como também à governadora do estado.”
Compreensão única possível (sujeito não pode ter preposição): Ele foi eleito pelo DEM, e a governadora do estado também.
O uso do acento grave desfaz a ambiguidade.
A norma diz que “se o primeiro núcleo de um objeto direto for um pronome pessoal, deve-se preposicionar o segundo, para que não ocorra ambiguidade”. Veja dois exemplos:
a) “Havia desconforto com o ministro; por isso, a oposição acusava-o e aos seus secretários de incompetência.”
b) “Procurava-se outro parlamentar corrupto, porque tais provas indicavam-no a à sua principal assessora.”
Com a preposição introduzindo o segundo núcleo do objeto direto – “aos” e “à” –, impede-se que tais termos sejam lidos como sujeito de um verbo subentendido.
Se não houvesse a preposição, essa seria uma frase ambígua, ou mal construída, pois admitiria duas leituras.
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