Nova série: Como apanha a língua portuguesa 3
A Formação em Revisores é fundamental na Produção Textual, inclusive na fala, na locução, na apresentação de notícias. Veja quatro maus-tratos à língua portuguesa constantes nos nossos jornais e emissora de televisão.
Como agridem o nosso bom gosto!
1) “Vamos ouvir, agora, uma declaração do ministro declarando que não houve a interferência do presidente.”
Uma redundância desse tipo diminui bastante o profissional que a diz. Como dói!
Basta mudar um deles: “Vamos ouvir, agora, uma declaração do ministro confirmando que não houve a interferência do presidente.”
2) “Cerca de duas milhões de pessoas sintonizaram a emissora na última quarta.”
Milhão é masculino. Só pode ser! Não existe “uma milhão”, logo também não se pode falar em “duas milhões”. Não importa que sejam “pessoas”. Tinha de ser assim:
“Cerca de dois milhões de pessoas sintonizaram a emissora na última quarta.”
3) “Fizeram-lhe uma pergunta e, tantos meses depois, o presidente ainda não se dignou a respondê-la.”
Ele teria de dar uma reposta a essa pergunta; assim, não era para usar tal pronome. Nem mesmo o “-lhe”, que seria “responder à pessoa”. Tinha de ser “responder à pergunta”; por isso, tinha de ser o pronome oblíquo tônico com a preposição “a” explícita. A forma correta é:
“Fizeram-lhe uma pergunta e, tantos meses depois, o presidente ainda não se dignou a responder a ela.”
4) “Esses são os países onde se identificou as variantes do coronavírus.”
“Identificar” pede objeto direto. Com o “se” (apassivador), esse objeto vira sujeito; portanto, o verbo concorda com esse novo sujeito. Tem-se de falar:
“Esses são os países onde se identificaram as variantes do coronavírus.”
Venha aprender conosco!
Nossa turma on-line de Produção Textual começou na quinta-feira, dia 20/5, às 20h15 (mas a aula está gravada), e a de Formação de Revisores terá início em 8 de junho.
Informações e inscrições em www.professorozanirroberti.com.br e contato@professorozanirroberti.com.br.