Como apanha a língua portuguesa 2

Nova série: Como apanha a língua portuguesa 2

A Formação em Revisores é fundamental na Produção Textual, inclusive na fala, na locução, nas entrevistas e nos comentários de notícias. Veja quatro falhas “horrorosas”, frequentes nas falas que ouvimos nas nossas rádios, nos nossos telejornais, nas redes sociais, e nos podcasts.

Sempre pensei que dava para aprender português assistindo aos interrogatórios e depoimentos das CPIs. Sim! Aprende-se a não falar aquele português sofrível.

Como agridem o nosso bom gosto!

É importante saber a diferença entre falares informais e formais.

1)      “A gente, até aquele momento, não tinha ideia; então fizemos algumas mudanças.”

Não se fala assim em ambientes formais. O ideal é evitar a forma de valor pronominal “a gente” e a terceira pessoa do singular. Deve-se usar o “nós” e a primeira pessoa do plural.

Nós, até aquele momento, não tínhamos ideia; então, fizemos algumas mudanças.”

Veja, agora, como se têm de conjugar os verbos segundo certas regras bem simples.

 2)      “V. Ex.ᵃ interviu sim!”

“Não! Eu não intervi!”

Não! Não é assim! O verbo “intervir”, é derivado de “vir”; portanto, conjuga-se como o primitivo: “vir” => “intervir”. O diálogo correto deveria ser:

V. Ex.ᵃ interveio sim!

Não! Eu não intervim!

Meu Deus! Agora, veja uma concordância horrorosa.

 3)      “Os EUA disponibilizou um avião para trazer o oxigênio para Manaus.”

“EUA” é uma sigla para “Estados Unidos da América”; assim, a concordância do verbo com o sujeito vai para o plural. Será que ele não percebeu o plural do artigo “Os”? Tinha de ser:

Os EUA disponibilizaram um avião, que estava em Miami, para trazer o oxigênio para Manaus.”

Finalmente, observe mais um caso incrível de erro primário de concordância!

 4)      “Isso aconteceram em três dias seguidos.”

Essa foi demais! Como apanha a nossa pobre língua. Nem estudantes pouco letrados falam assim!

Isso aconteceu em três dias seguidos.”