Esta manchete de jornal – “Firma brasileira pede respeito ao Uruguai!” – é clara ou ambígua?
Há claramente uma ambiguidade: “a firma brasileira pede que o Uruguai a respeite ou pede que respeitem o Uruguai?
Isso ocorre por não se saber se o termo preposicionado (“ao Uruguai”) é complemento verbal (objeto indireto) ou complemento nominal.
Não é um erro, mas, com certeza, a frase foi mal escrita.
Se a intenção do jornalista fosse dizer que a “firma brasileira pedia que o Uruguai a respeitasse”, deveria escrever:
“Firma brasileira pede ao Uruguai respeito!” – apenas alterando a ordem dos dois objetos;
Ou então: “Firma brasileira pede que o Uruguai a respeite!” – com duas orações e clareza integral.
Se, no entanto, a intenção do jornalista fosse dizer que a firma brasileira queria que respeitassem o Uruguai, seria correto e justo escrever:
“Firma brasileira pede que respeitem o Uruguai!” – com dois verbos e grande clareza;
Ou então: “Firma brasileira pede que o Uruguai seja respeitado!” – com a voz passiva.
Interessante compreender o que leva à má construção: o autor, provavelmente o editor, seguiu certos manuais que dizem que, em manchetes, usa-se a ordem direta (OD antes do OI) e não se colocam dois verbos, isto é, a síntese exige um só verbo.