Natal da língua portuguesa! Dicas para iniciantes! 4/12/2020

Natal da língua portuguesa! Dicas para iniciantes! 4/12/2020

 

1) Dica 1: Só para ter certeza, a palavra sub-humano tem hífen, correto?

Pela regra, tem sim! Há, no entanto, uma curiosidade em relação a essa palavra. Ela era registrada nos dicionários assim: “subumano”, uma exceção, tanto que a pronúncia recomendada era “sub-u-ma-no”, com o “sub” falado em separado”. como se houvesse o hífen.

Com a reforma, recomenda-se a grafia “sub-humano”, privilegiando a regra da gramática e a pronúncia culta, apesar de o VOLP continuar registrando, ao lado dessa, a grafia antiga “subumano”

 2) Dica 2: Por que, professor, na palavra “rerratificação” dobrou o “r”?

O prefixo “re-“ já não admite o hífen.

Pela regra geral, ao se juntar um prefixo a uma palavra iniciada por “r” e “s”, essas letras dobram, para não alterar o som da consoante. Se o “s” não dobrasse, ficando entre vogais, teria o som de “/z/”, e o “r” não teria o som do “r” inicial ou do “/rr/”. Veja os exemplos:

- reabastecer; redefinir; reestruturar, reexploração, reunir, retardar... – todas sem hífen;

- ressignificar, ressentir, ressentimento, rerranger, rerratificar, rerratificação... – sem hífen e com o “r” e o “s” dobrados a fim de não alterar o som das consoantes originais.   

 3) Dica 3: Qual é a regra do prefixo “meio/meia”? Sempre haverá hífen?

Cuidado! “Meio/a” é uma palavra, não um prefixo. Assim, ao se juntar a outra palavra, enquadra-se na ideia de palavra composta criada, ou seja, aquela que tem um sentido figurado. Sendo uma palavra com nova identidade semântica, tem o hífen: é o caso de “meio-dia” e “meia-noite”, quando significam as horas determinadas. Veja a diferença:

- “Chegaremos ao meio-dia.” – uma hora determinada;

- “Fomos ao cinema na sessão da meia-noite. – hora determinada;

 - “Esperaremos meio dia por você.” – Esperarei durante a metade de um dia.

- “Com aquela notícia triste, fiquei meia noite acordado. –  Fiquei acordado cerca de metade da noite.   


Natal da língua portuguesa! Dicas para iniciantes!

1)      Dica 1: Como é a separação silábica de multiúso? Por que tem acento)

Normal, separa-se como se fala: “mul-ti-ú-so”. As novidades, que provocam certa surpresa, são o fim do hífen (escrevia-se: “multi-uso”) e a necessidade do acento gráfico, pois, agora, se trata de um encontro vocálico em que o “u”, segunda vogal do hiato, é tônico e se encontra sozinho na sílaba. É interessante que não apareça no nosso Vocabulário Ortográfico (VOLP/ABL), mas vocabulários nem sempre acompanham o surgimento de novas palavras. Para isso, existem as normas da gramática.

Acontece o mesmo com “reúso”. Algumas pessoas e muitos corretores ortográficos ainda insistem em considerar tal grafia errada. Não tem mais hífen e precisa do acento gráfico. Essa está registrada no VOLP/ABL.

 2)      Dica 2: Toda vez que houver o prefixo “CO-“, e a palavra seguinte começar por “h”, elas se unem e sempre “cairá” o “h”?

É verdade! Exemplos: “co” + “habitar” = “coabitar”; “co” + “habitação” = “coabitação”

Tal ausência do hífen e a queda do “h” já era algo comum na língua, ocorrendo desde antes da formação do vocabulário do português. Por exemplo: “coibir” vem de “co” + “hibere”, sendo esse um verbo do latim; “coonestar” vem de “co” + “honestare”, também um verbo latino. Também se nota em “coorte”, que vem de “co” + “hors, hortis”, que significa a décima parte de uma legião romana.

3)      Dica 3/ Curiosidade: O problema com esse prefixo “co-“, no Acordo Ortográfico de 2009, se refere a um fato curioso e que revela o caráter teimoso do nosso povo de origem latina. Escreveram, no texto do Acordo, que se devia usar “co-herdeiro” como exemplo de exceção à regra na grafia oficial. Porém, na edição do nosso Vocabulário Ortográfico (VOLP/ABL), a equipe de lexicógrafos, sob o comando do prof. Bechara, excluiu tal exceção e registrou “coerdeiro”, que, para nós, é, portanto, a grafia correta, pois é ela que aparece no VOLP..


A produção textual e o raciocínio linguístico 7

 Pausas equivalem a vírgulas?

 - Mestre, no enunciado abaixo, em vista de haver pausas, coloquei vírgulas após o pronome e os numerais (aqueles; primeiros; últimos). Essa possibilidade estaria correta?

 “Estes conceitos edificam; aqueles, destroem. Os primeiros, sobem pelo degrau da fama; enquanto os últimos, descem sem parar.”

 Resposta de acordo com “Curso on-line de Produção Textual!” do prof Ozanir Roberti:

Para muita gente, pausas significam vírgulas. Isso não é verdade! A recíproca, sim, é verdadeira. Vírgulas indicam pausas. Essas, porém, estão muito mal usadas, uma vez que separam os sujeitos dos seus verbos.

Ao falarmos, fazemos as pausas por uma questão de expressividade. Na língua escrita, as vírgulas marcariam um absurdo gramatical.

 A pontuação correta é:

 “Estes conceitos edificam; aqueles destroem. Os primeiros sobem pelo degrau da fama; enquanto os últimos descem sem parar.”

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A produção textual e o raciocínio linguístico 6

Mestre, ouvi dizer que “ponto e vírgula suja o texto”. É verdade?

 Curso de Produção Textual do prof. Ozanir Roberti! Nova turma: Aula 1 – 12/11!

 Não se deve usar? Há regras e particularidades sobre o emprego do “ponto e vírgula”? Quando usá-lo?

 Um texto escrito se constrói com palavras e pontuação. As palavras são centenas de milhares, mas os sinais de pontuação existentes se limitam a algo em torno de dez; por isso, devem ser usados com criatividade e imaginação, sem esquecer a clareza e a correção.

Há pessoas que consideram o ponto e vírgula ultrapassado, mas ocorrem situações em que ele é corretíssimo e criativo, e, outros, nos quais, combinado com certas vírgulas, dá uma boa expressividade ao texto.

 Veja os exemplos:

 1)      “Nos EUA, as eleições são bem confusas; no Brasil, querem fazê-las voltar ao passado.”

2)      “As fofocas parecem ser alimentadas pelas redes sociais; no entanto, elas estão na alma das pessoas, e não na tecnologia digital.”

3)      “Polícia ocupa a região conturbada; e treze escolas, por precaução, suspendem aulas.”

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A produção textual e o raciocínio linguístico 5

            “Bom dia! Vamos iniciar o noticiário do dia de hoje, falando de um dia fundamental para a democracia no mundo.”

  Ao ouvir a fala da apresentadora iniciando o noticiário, assustei-me com a quantidade de repetições desnecessárias, o que empobrece demais a produção textual. Se é horrível na fala, imagine em um texto escrito.

Bastava falar ou escrever assim:

             “Bom dia! Vamos iniciar o noticiário, falando de um momento fundamental para a democracia no mundo.”

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