Mitos da Análise Sintática / Mito 3

Mitos da Análise Sintática / Mito 3

Professor Ozanir Roberti, é verdade que, na maioria das vezes, é impossível distinguir um predicativo de um adjunto adnominal?

Não! É um mito! Na maioria das vezes, é possível distinguir um do outro. E há, é claro, estratégias para conseguir estabelecer tal diferença. Vamos ver isto.

a)       A busca permitiu uma solução perfeita.

b)      Todos os recursos trouxeram aqueles resultados memoráveis.

c)       O treinamento torna essa situação complicada.

d)      O forte inverno fez tal frio insuportável.

Adjetivos só podem exercer duas funções sintáticas: adjunto adnominal e predicativos. Há, aí, quatro adjetivos: “perfeita”, “memoráveis”, “complicada” e “insuportável”. Todos vêm depois, e respectivamente, dos substantivos “solução”, “resultados”, “situação” e “frio”.

Existe uma diferença entre eles, o que faz com que os dois primeiros sejam adjuntos adnominais, e os dois últimos, predicativos dos objetos.

Percebeu essa diferença?

Veja mais.

e)      A busca permitiu uma perfeita solução.

f)        Todos os recursos trouxeram aqueles memoráveis resultados.

g)       O treinamento torna complicada essa situação.

h)      O forte inverno fez insuportável tal frio.

Ao anteciparmos os adjetivos, os dois primeiros ficaram entre o artigo “uma” e o pronome “aqueles” e os substantivos “solução” e “resultados”. Já, nos outros dois, os adjetivos têm de vir antes dos pronomes adjetivos (“essa” e “tal”) referentes aos substantivos “situação” e “frio”.

Esse recurso nos permite identificar uma real diferença entre o predicativo e adjunto adnominal, que não pode sair de junto do substantivo.

Nos exemplos “e” e “f”, os verbos indicam qualidades inerentes aos substantivos, enquanto os outros dois claramente apontam essa mudança de estado, ou seja, uma qualidade atribuída pela ação verbal, isto é, “passaram a ser complicada e insuportável”.

Para que a ambiguidade existente não permita essa distinção, é necessário que o verbo tenha sentidos diferentes.

Vamos ver em seguida.

i)        O professor considerou a questão válida.

Viu que existem duas leituras possíveis? Havendo uma pausa, na leitura, entre “questão” e “válida”, o verbo “considerar” tem o sentido de “julgar”, ou seja, uma qualidade atribuída; no entanto, não havendo tal pausa, o verbo “considerar” está com sentido diferente: o de “tê-la como válida”, isto é, uma qualidade inerente. Veja as duas possibilidades realizadas com as mudanças de posição do adjetivo:

j)        O professor considerou válida a questão.

k)       O professor considerou a válida questão.

O primeiro “válida” é predicativo do objeto, e o segundo, adjunto adnominal.

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Mitos da Análise Sintática / Mito 2

Mito 2 da Análise Sintática

Mestre, é verdade que verbo intransitivo não precisa de mais nada para ter o sentido completo?

Não é verdade, não! Há casos de verbo intransitivo cujo sentido só se completa com certos adjuntos adverbiais.

Por exemplo:

a)       Os viajantes ficaram aqui.

b)      Tal acidente ocorreu no Mar do Norte.

c)       Os livros estavam onde nós os deixamos.

Se tirássemos os termos “aqui”, “no Mar do Norte” e “onde nós os deixamos”, as frases ficariam incompletas, mas eles não são complementos, e, sim, circunstâncias, representadas, respectivamente, por um advérbio, uma locução adverbial e uma oração adverbial.

Trata-se de adjuntos adverbiais de lugar, sendo o último oracional, que têm força de verdadeiros complementos, mas a verdade é que esses são diferentes, pois, nesse caso, fica clara a ideia de que, sem eles, a ação verbal não se completa.

Observe tal diferença:

d)      As lojas anunciavam seus produtos.

e)      Tal ensinamento depende de boas explicações.

f)        O professor deu ótimos conceitos a seus alunos.

No exemplo “d”, em relação ao verbo “anunciar”, temos um objeto que não pede preposição, portanto direto, “seus produtos”; em “e”, o que aparece depois do verbo “depender” é um objeto indireto introduzido por uma preposição, “de boas explicações”; e, finalmente, no exemplo “f”, considerando o verbo “dar”, encontramos os dois objetos, o direto, “ótimos conceitos”, e o indireto, regido por uma preposição, “a seus alunos”.

O mesmo verbo pode ser transitivo ou intransitivo. Tudo depende de como ele é usado na oração. veja os próximos exemplos.

g)       Elis Regina sempre cantou muito bem.

h)      Aquela jovem canta o Hino Nacional com rara paixão.

No exemplo “g”, o verbo “cantar” é intransitivo, pois não precisa de complemento, embora esteja acompanhado de dois advérbios, um de intensidade (“muito”) e outro de modo (“bem”). Já no outro, percebemos que a noção de “cantar” é diferente. A “jovem” pode até não cantar bem, mas o que se diz é que “ela canta o Hino Nacional com rara paixão”. O termo “o Hino Nacional” é o objeto direto do verbo “cantar”, e ele é que define o real sentido do verbo; assim, o verbo, agora, é transitivo direto. O termo “com rara paixão” é um adjunto adverbial de modo.

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Nova série: Mitos da Análise Sintática / Mito 1

Mito 1 da Análise Sintática

Professor, é verdade que só existem cinco verbos de ligação: “ser”, “estar”, “parecer”, “permanecer” e “ficar”?

Não! Verbo de ligação é aquele que não indica ação, apenas liga o sujeito a uma ideia de estado, qualidade ou condição, representada por um adjetivo, uma expressão ou uma oração.

Por exemplo, há outros que não estão nessa lista. Veja só:

1)      As mudanças andam lentas.

2)      A sua indecisão continua um incômodo.

3)      O importante é que as novidades sejam aceitas.

Nenhum desses predicados indica ação, mas, sim, estado.   

Viu que aos sujeitos – “As mudanças”, “A sua indecisão” e “O importante” – estão sendo atribuídas estados, qualidades ou condições: “lentas”, “um incômodo” e “que as novidades sejam aceitas.”

Esses termos são chamados de predicativos do sujeito.

4)      A natureza está doente.

5)      As soluções estão aqui.

6)      Os remédios estão nas nossas mãos.

Viu que, agora, só o primeiro indica um estado, “doente”, que é predicativo do sujeito.

Só esse é de ligação.

Os outros dois indicam ações, são intransitivos e são seguidos de adjuntos adverbiais de lugar.

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Cursos on-line do prof. Ozanir Roberti / julho e agosto

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- "Produção Textual, Turma 9" (início, com uma pré-aula em 5/8; 10 semanas).

- "Formação em Revisores, Turma 30" (início com uma pré-aula em 31/8; 10 semanas);

Peço-lhes que, caso confiem no meu trabalho, indiquem os cursos aos seus amigos.

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Como apanha a língua portuguesa 3

Nova série: Como apanha a língua portuguesa 3

A Formação em Revisores é fundamental na Produção Textual, inclusive na fala, na locução, na apresentação de notícias. Veja quatro maus-tratos à língua portuguesa constantes nos nossos jornais e emissora de televisão.

Como agridem o nosso bom gosto!

1)      “Vamos ouvir, agora, uma declaração do ministro declarando que não houve a interferência do presidente.”

Uma redundância desse tipo diminui bastante o profissional que a diz. Como dói!

Basta mudar um deles: “Vamos ouvir, agora, uma declaração do ministro confirmando que não houve a interferência do presidente.”

2)      “Cerca de duas milhões de pessoas sintonizaram a emissora na última quarta.”

Milhão é masculino. Só pode ser! Não existe “uma milhão”, logo também não se pode falar em “duas milhões”. Não importa que sejam “pessoas”. Tinha de ser assim:

“Cerca de dois milhões de pessoas sintonizaram a emissora na última quarta.”

3)      “Fizeram-lhe uma pergunta e, tantos meses depois, o presidente ainda não se dignou a respondê-la.”

Ele teria de dar uma reposta a essa pergunta; assim, não era para usar tal pronome. Nem mesmo o “-lhe”, que seria “responder à pessoa”. Tinha de ser “responder à pergunta”; por isso, tinha de ser o pronome oblíquo tônico com a preposição “a” explícita. A forma correta é:

“Fizeram-lhe uma pergunta e, tantos meses depois, o presidente ainda não se dignou a responder a ela.”  

4) “Esses são os países onde se identificou as variantes do coronavírus.”

“Identificar” pede objeto direto. Com o “se” (apassivador), esse objeto vira sujeito; portanto, o verbo concorda com esse novo sujeito. Tem-se de falar:

“Esses são os países onde se identificaram as variantes do coronavírus.”

Venha aprender conosco!

Nossa turma on-line de Produção Textual começou na quinta-feira, dia 20/5, às 20h15 (mas a aula está gravada), e a de Formação de Revisores terá início em 8 de junho.

Informações e inscrições em www.professorozanirroberti.com.br e contato@professorozanirroberti.com.br.