Turma 3 do Curso à distância de Produção Textual

Estamos lançando a terceira turma do "Curso à distância de Produção Textual ", que contempla uma formação básica na atividade de escrever.

Nele, estudaremos as modalidades textuaisdescrição, narração e dissertação – nos vários gêneros comuns aos dias de hoje.

Ainda faremos uma larga revisão gramatical como apoio ao ato de redigir, passando por pontuação, emprego de pronomes demonstrativos, adequação vocabular, ortografia, conjugação verbal, coesão, coerência, concordância, regência, crase, emprego de pronomes relativos e pessoais, além de outros mais.
Esta turma começará em 5/3, com uma pré-aula, em que falaremos do uso do Skype para os encontros on-line (que podem ser gravados; permitindo que sejam vistos pelo aluno quando quiser e quantas vezes desejar). Mostraremos, também, o calendário e os itens do programa, e explicaremos toda a dinâmica dos exercícios e produções textuais.
A Aula 1 está marcada para o dia 12/3, e o curso se estende até o final de maio. O investimento é baixo, apenas R$ 300 para 11 encontros, mais de 300 slides, cerca de 500 exercícios com gabaritos e comentários, além de 10 produções textuais corrigidas e, também, comentadas.
Inscrições neste site e informações podem ser obtidas com o próprio professor <contato@professorozanirroberti.com.br>.
Caso você não possa fazer o curso agora, agradecemos sua divulgação.
Qualquer dúvida, faça contato.
Abraços.
Ozanir Roberti


Fantasmas da Análise sintática 12) A palavra “embora” no início de oração

Professor, por que o embora, na frase abaixo, não é conjunção concessiva?

Embora fazendo ótima redação, ele foi reprovado no concurso vestibular.”

É um caso bem interessante, pois a oração é concessiva, mas o “embora” não é a conjunção. Na verdade, é um caso de morfossintaxe, pois envolve classes de palavras e funções sintáticas.

1)      “Embora fazendo ótima redação, ele foi reprovado no concurso vestibular.”

Observe que o verbo da primeira oração – a subordinada adverbial concessiva – está no gerúndio (fazendo”), o que a leva a ser considerada como reduzida, e sabemos que as orações reduzidas, sejam elas de infinitivo, gerúndio ou particípio, não têm conjunção alguma, daí seu nome.

Esse “embora” deve ser classificado com palavra denotativa de realce. Sua serventia é tornar a ideia concessiva mais nítida, o que continuaria ocorrendo, porém sem a mesma clareza, se o tirássemos da oração.

2)      “Fazendo ótima redação, foi reprovado no concurso vestibular.”

Veja que ainda existe a ideia de oposição típica da circunstância concessiva, mas é fato que ela não seja tão nítida. Poderíamos substituir o “embora” de realce por “mesmo” (sem o “que”), que teria igual classificação.

3)      “Mesmo fazendo ótima redação, foi reprovado no concurso vestibular.”

Também se poderia manter a noção concessiva, com o uso do “embora” conjunção, mas, então, o período ficaria assim:  

4)      “Embora fizesse ótima redação, foi reprovado no concurso vestibular.”

5) “Embora tivesse feito ótima redação, foi reprovado no concurso vestibular.”

Observe que, agora, os verbos já não estão no gerúndio, mas, respectivamente, no pretérito imperfeito (tempo simples) e no mais-que-perfeito (tempo composto) do subjuntivo, Aí, sim, o “embora” é uma conjunção e poderia ser substituído por outras, como “mesmo que”, “ainda que”, “por mais que”, “se bem que” e “conquanto”.     

6)      “Mesmo que fizesse ou tivesse feito ótima redação, foi reprovado no concurso vestibular.”

7)      Ainda que fizesse ou tivesse feito ótima redação, foi reprovado no concurso vestibular.”

8)      Por mais que fizesse ou tivesse feito ótima redação, foi reprovado no concurso vestibular.”


Fantasmas da Análise sintática 11 - Emocionante é adjunto adnominal ou predicativo?

Nas seguintes frases, a função de “emocionante” não é a mesma?

1)      “O poeta escreveu esse texto emocionante.”

2)      “Sua interpretação deixou esse texto emocionante.”

Se fosse, na fala, daria para perceber a diferença.

Enquanto, na primeira, não existe pausa entre o adjetivo “emocionante” e o substantivo “texto”, é clara, na frase 2, entre os dois nomes, uma ligeira pausa, que torna inclusive a compreensão mais efetiva. É uma pausa, mas não pode haver vírgula. E, quanto maior for essa pausa, mais claro fica o sentido.

Na escrita, fica mais difícil entender.

Tudo começa nos sentidos e extensões dos dois verbos. O primeiro, “escrever”, tem um complemento evidente: “esse texto emocionante”. Um objeto direto, sem dúvida.

Na segunda, o verbo “deixar” apresenta uma extensão diferenciada. Não é “deixar” no sentido de “largar”, “abandonar”, mas, sim, tem o sentido de “tornar”, “transformar”. É como se disséssemos “Sua interpretação tornou esse texto um texto emocionante.” Veja que estamos falando de um só texto, o mesmo texto, mas a ação contida no verbo transformou “esse texto”, que seria o objeto direto, em “um texto emocionante”, um novo estado, isto é um predicativo do objeto.

Há algumas táticas interessantes que podem tornar mais clara e concreta essa diferença:

a)     A primeira é passar para a voz passiva verbal, então teríamos:

1)    “O poeta escreveu esse texto emocionante.” > “Esse texto emocionante foi escrito pelo poeta.”

Veja que o adjetivo “emocionante” continua junto de “texto”, daí ser um adjunto adnominal, adjunto tem de estar junto.

2)    “Sua interpretação deixou esse texto emocionante.” > “Esse texto foi deixado emocionante por sua interpretação.”

Veja que, agora, o adjetivo “emocionante” fica separado de “texto”, daí ser um predicativo, que nem sempre está junto. Na verdade, um predicativo do objeto.

b)    A segunda é passar o adjetivo “emocionante” para antes de “texto”; assim, teríamos:

1)    “O poeta escreveu esse texto emocionante.” > “O poeta escreveu esse emocionante texto.”

Veja que o adjetivo “emocionante” continua junto de “texto”, sendo colocado entre o pronome “esse” e o substantivo, daí ser um adjunto adnominal, adjunto tem de estar junto. Isso é uma prova de que pertence ao mesmo sintagma, o objeto direto.

2)    “Sua interpretação deixou esse texto emocionante.” > “Sua interpretação deixou emocionante esse texto.”

Veja que o adjetivo “emocionante” fica separado de “texto”, posto antes do pronome demonstrativo “esse”, daí não ser parte do objeto direto; porque é um predicativo.


Turma 9 do Curso à distância de Atualização em Análise Sintática

Estamos lançando a nona turma do "Curso à distância de Atualização em Análise Sintática", que, dessa forma, contempla uma das partes mais complexas do estudo da língua portuguesa.

Nela, estudaremos as funções sintáticas, além da divisão e da classificação das orações.

Nas aulas iniciais, falaremos do sujeito e do predicado, dos complementos verbais e nominais, dos adjuntos e outras funções. Depois, trataremos de um assunto espinhoso: a divisão das orações e suas  classificações como coordenadas, principal e subordinadas.
Esta turma começará com uma pré-aula em 16/1, em que falaremos do uso do Skype para os encontros on-line (que podem ser gravados; permitindo ser vistos pelo aluno quando quiser e quantas vezes desejar). Mostraremos, também, o calendário e os itens do programa, e explicaremos toda a dinâmica dos exercícios de análise e das avaliações.
A Aula 1 está marcada para o dia 23/1, e o curso se estende até o final de março. O investimento é baixo, apenas R$ 300 para 11 encontros, mais de 300 slides, cerca de 500 exercícios com gabaritos e comentários, além de 10 avaliações corrigidas e, também, comentadas.
Outras informações podem ser obtidas com o próprio professor em <contato@professorozanirroberti.com.br>.
Caso você não possa fazer o curso agora, agradecemos sua divulgação.
Qualquer dúvida, faça contato.
Abraços.
Ozanir Roberti

13 de janeiro de 2020


Vida de revisor é difícil 20 - Media ou medeia o conflito?

Professor, o que é que está errado nesta frase? “O Brasil, mais uma vez, media a divergência entre Peru e Equador.”

O verbo “mediar” é conjugado como “odiar”; “ele odeia”, então, “ele medeia”. São cinco os verbos terminados em “-iar” que seguem “odiar”: “mediar”, “remediar”, “intermediar”, “ansiar” e “incendiar”.
Há uma forma de guardar isso melhor:
1) Todos os verbos terminados em “-ear” têm, nas formas rizotônicas, o “e” mudado para “ei”. Formas rizotônicas são aquelas em que o radical é tônico (radical é infinitivo menos
"-ar"): “Eu”, “tu”, “ele” e “eles” nos tempos do presente.
- passear – eu passeio, tu passeias, ele passeia, eles passeiam, que eu passeie...
- saborear – eu saboreio, tu saboreias, ele saboreia, eles saboreiam, que eu saboreie...
Sendo o "e" forte, existe o "i".
2) Só os verbos terminados em “-iar” do “Grupo do Mario” (“mediar”, “ansiar”, “remediar”, “incendiar” “intermediar” e “odiar”) têm, nas formas rizotônicas, o seu “i” mudado para “ei”.
- remediar – eu remedeio, tu remedeias, ele remedeia, eles remedeiam, que eu remedeie...
- mediar – eu medeio, tu medeias, ele medeia, eles medeiam, que eu medeie...
Nenhum outro apresenta mudança!